Grupo de pesquisa ligado à linha de Comunicação e Política do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Paraná.

I Seminário Avançado de Comunicação Política debate pesquisas na área na UFPR, em Curitiba

O pesquisador chileno Felipe Vergara Maldonado disse ontem no auditório do Setor de Comunicação, Artes e Design da UFPR, durante palestra no I Seminário Avançado de Comunicação Política, que a geração millenials (nascidos entre 1980 e 2000) sente uma apatia em relação às legendas partidárias, aos políticos e às autoridades. O I Seminário Avançado de Comunicação Política foi promovido pela Alice (Associação Latino-Americana de Pesquisadores em Comunicação Eleitoral), Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFPR e Grupo de Pesquisa em Comunicação Eleitoral da UFPR (CEL).

Convidado especial do encontro e professor da Universidade Andrés Belo, Vergara afirmou que a principal razão da apatia dos millenials pela Política não é dada necessariamente pelo conceito de Política, mas por outros fatores. “Eles têm este sentimento de apatia pelos partidos políticos, pelos políticos e pelas autoridades em geral. As pessoas estão cansadas de promessas. As autoridades não falam com esta geração”, avaliou o professor.

Vergara afirmou, ainda, que a tendência de muitos jovens de apoiarem legendas de extrema direita deve-se ao fato de estas organizações adotarem um forte discurso populista, extremista e nacionalista, e de setores da esquerda não fazerem nada de novo que seja sedutor para os millenials. “É também uma resposta a um Pais maltratado. Diante disso, muitos jovens optam por um modelo nacionalista que lhes escuta e lhe soferece soluções para seus problemas”.

Durante dois dias, o I Seminário Avançado de Comunicação Política reuniu professores, pesquisadores, alunos e integrantes da comunidade para debater sobre metodologias de pesquisa e trazer relatos de casos sobre os projetos desenvolvidos pelos quatro grupos de pesquisa da UFPR ligados à área: CEL (Grupo de Pesquisa em Comunicação Eleitoral), CPOP (Grupo de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública), Compa (Grupo de Pesquisa em Comunicação e Participação Política) e Ponte (Grupo de Pesquisa  em Comunicação, Política e Tecnologia)

Abertura da comunidade

A professora-doutora Luciana Panke, idealizadora e uma das organizadoras do I Seminário Avançado de Comunicação Política, disse que o encontro foi importante para abrir as portas da Universidade não apenas aos estudantes de graduação e de pós-graduação nas áreas afins, mas também à comunidade.  “Nós queríamos que toda a sociedade soubesse o que estamos fazendo e conhecesse as pesquisas em comunicação política que estamos desenvolvendo”, disse.

Luciana afirmou também que foi muito importante o fato de o seminário ter aproveitado a visita do professor Felipe Vergara ao Brasil para estabelecer sua aproximação com todos os grupos de pesquisa em Comunicação Política da UFPR. “Este foi um dos marcos do encontro porque todo mundo ficou conhecendo o que todos estão pesquisando. Foi um trabalho conjunto que gerou um sentimento de muita unidade e de parceria entre os colegas”.

A professora também considerou importante o fato de Felipe Vergara – uma referência na área, em toda a América Latina – trazer uma visão estrangeira sobre as pesquisas desenvolvidas no Brasil. E destacou a contribuição que o I Seminário Avançado de Comunicação Política trouxe à comunidade. “Um grupo de pesquisa não deve trabalhar para si mesmo. Ele deve dar sua contribuição social e mostrar à sociedade o que faz, para gerar mudança e intercâmbio de conhecimento”, disse.