Grupo de pesquisa ligado à linha de Comunicação e Política do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Paraná.

Eleições 2020: comunicação eleitoral na disputa para Prefeituras

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O Grupo de Pesquisa Comunicação Eleitoral lança o e-book “Eleições 2020: comunicação eleitoral na disputa para Prefeituras“. A obra reúne estudos desenvolvidos por pesquisadoras e pesquisadores de todo Brasil, com enfoque nas campanhas eleitorais para as Prefeituras e Câmaras Municipais de cidades brasileiras em 2020, ratificando a vocação de produção científica em rede, tendência registrada ao longo do tempo pelo CEL, fazendo parte das comemorações dos 10 anos de nosso Grupo de Pesquisa.

A publicação está dividida em 23 capítulos, com três blocos temáticos: Gênero, Contexto e Digital. Os estudos refletem a diversidade das disputas em diferentes regiões do Brasil e retratam a construção das campanhas eleitorais em múltiplas plataformas e em diversificadas abordagens de candidaturas nas eleições de 2020.

No bloco Gênero, o primeiro capítulo, assinado por Luciana Panke e Karina Bernardi, da Universidade Federal do Paraná, analisa os arquétipos femininos das candidatas à Prefeitura de Curitiba (PR). Ainda na Região de Curitiba, Carolina Pineli Alves (PUC-PR) e Leonardo Chagas apresentam um estudo da campanha eleitoral da primeira prefeita eleita em São José dos Pinhais (PR). Na sequência, Danila Cal, Nathália Kahwage e Cristiane Gonçalves, da Universidade Federal do Pará, investigam gênero e interseccionalidade no Instagram das vereadoras eleitas de Belém (PA). O quarto capítulo, de Soraia M Vieira (Universidade Federal Fluminense), Laura Barão (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) e Luciana Santana (Universidade Federal de Alagoas), traz uma pesquisa sobre a campanha negativa contra candidaturas femininas em cinco capitais brasileiras (Palmas, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Rio Branco e Recife). Em seguida, Keylon Andrade, da Universidade Federal de Pernambuco, apresenta uma análise da campanha da prefeita eleita de Igarassu (PE). Por fim, a política pública do Tribunal Superior Eleitoral para estimular a participação feminina na política representativa entre 2014 e 2020 é o foco do estudo de Josemari Quevedo, do Rio Grande do Sul.

Já no bloco Contexto, você encontrará capítulos que tratam do cenário político e eleitoral do pleito de 2020 e das narrativas adotadas pelas candidaturas em diferentes municípios. No primeiro capítulo deste grupo, Gerson Scheidweiler e Danielle Gruneich, de Brasília, investigam as condições materiais proporcionadas às candidaturas para que pudessem ser operacionalizadas ações de comunicação nas eleições municipais de 2020. O segundo capítulo, de Sérgio Trein (Universidade Federal de Roraima), busca compreender os procedimentos discursivos utilizados pelos candidatos a vereador em Porto Alegre (RS). Na região Nordeste do Brasil, Amanda Alves Barreto, Emanuel Freitas da Silva, Monalisa Lima Torres. Karoline Braga Moura e Carlos Gabriel Gomes Barbosa apresentam uma análise sobre os sinais do bolsonarismo nas eleições municipais de Fortaleza (CE). Lilian Muneiro e Fagner de França, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, trazem, em seu capítulo, uma pesquisa sobre alguns aspectos da comunicação política da campanha eleitoral do prefeito eleito de Natal (RN). Na sequência Flávio Nehrer, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, investiga a campanha eleitoral no município de Altamira (PA), a partir da análise do Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE) no rádio e sua ligação com a campanha nas ruas e nas redes sociais digitais. O sexto capítulo, de Camila Maurer e Carlos Praxedes dos Santos, da Universidade do Vale do Itajaí, apresenta um estudo sobre a disputa discursiva em torno do tema abastecimento de água dos candidatos à prefeitura de Itajaí (SC). Mércia Alves, Tathiana Chicarino e Rosemary Segurado, pesquisadoras do Núcleo de Estudos de Arte, Mídia e Política (NEAMP) da PUC-SP, assinam o capítulo que discute a profissionalização das campanhas eleitorais dos candidatos à Prefeitura de Guarulhos (SP), maior colégio eleitoral do Brasil onde não há acesso ao HGPE. Os estudos sobre o contexto político e eleitoral em 2020 seguem com o texto de Moisés Barel (Universidade Metodista de São Paulo), que levanta o posicionamento estatutário de quatro partidos políticos cristãos no Brasil. O nono capítulo deste bloco, assinado por Lícia Pisa (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas) e Miguel Quessada (Universidade Federal de São Carlos), apresenta um levantamento sobre a mudança nas siglas partidárias de nove legendas e o desempenho eleitoral destes partidos em 2020. Para finalizar, o décimo capítulo de Hertz Wendell de Camargo e Letícia Hermann Lima, da Universidade Federal do Paraná, aborda as possibilidades de aplicação da neurociência nas campanhas eleitorais, com foco na disputa para a Prefeitura de Araucária (PR).

No bloco Digital, estão concentrados os estudos sobre o uso das redes sociais digitais nas campanhas eleitorais e a plataformização digital das estratégias de comunicação, tendência impulsionada em 2020 pela pandemia de Covid-19. O primeiro capítulo deste segmento, assinado por Aryovaldo de Castro Azevedo Junior e Bruno Branco Pessanha Lopes, da Universidade Federal do Paraná, apresenta um estudo de caso sobre comunicação digital e a consolidação do capital político de Guilherme Boulos, na disputa pela Prefeitura de São Paulo (SP). Na sequência, Emanuel da Silva (Universidade Estadual do Ceará) aborda as relações entre a religião e a política no Brasil, a partir da análise de vídeos publicados no Twitter pelo pastor evangélico Silas Malafaia. Os conteúdos audiovisuais postados nas redes sociais pelos candidatos à Prefeitura de Fortaleza (CE) e veiculados no HGPE são objetos do estudo de Aline Vaz e Paula de Oliveira (Universidade Tuiuti do Paraná) e Marcela Santos (Universidade Federal do Paraná). A capital cearense também é o cenário para a investigação realizada por Paulo Cajazeira, Wesley de Vasconcelos e Thais da Silva, da Universidade Federal do Cariri, sobre o uso do HGPE no Youtube e no Instagram dos candidatos à prefeitura da cidade. No quinto capítulo, Mateus Cunha (Universidade Federal do Paraná) traz uma pesquisa sobre a presença digital do candidato Nilvan Ferreira na disputa pela Prefeitura de João Pessoa (PB), a partir de uma análise das ações implementadas pela campanha digital e de que forma elas contribuíram para o impulsionamento de sua candidatura, levando-o ao segundo turno das eleições. O uso das redes sociais para a desconstrução de fake news na internet nas campanhas de esquerda, foi o foco do estudo de Eliana Loureiro (Universidade Federal do ABC), no sexto capítulo, que analisou de que forma as campanhas de Guilherme Boulos (na disputa pela Prefeitura de São Paulo) e de Manuela D’Ávila (candidata à Prefeitura de Porto Alegre) utilizaram as plataformas digitais para engajar o público no combate à desinformação. Por fim, Mario Messagi Junior (Universidade Federal do Paraná) e Rita Soares (Universidade da Amazônia), analisam o azarão Everaldo Eguchi, que chegou ao segundo turno e quase venceu a eleição para a prefeitura de Belém, sem estrutura partidária, sem tempo de HGPE, sem militância organizada e sem um grande volume de recursos financeiros, mas carregado pela militância conservadora em redes digitais, a mesma que fez boa parte da força de Jair Bolsonaro em 2018.

Com este conjunto de artigos entendemos que é possível compreender melhor a comunicação eleitoral que caracteriza o contexto político brasileiro neste início de século XXI, ressaltando a importância do papel da mulher na política, da ativa influência religiosa em candidaturas, da dialogia entre contexto local e nacional nas disputas municipais de 2020, do prosumerismo e do ativismo pelas redes sociais na propagação de ideias e candidaturas.

Muitas variáveis, muitas reflexões, muitas horas dedicadas por uma ampla gama de pesquisadoras e pesquisadores de todo o país, reunidos neste livro digital feito para levar e gerar conhecimento, que deve ser, sempre, livre e democrático.